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Foto do escritorPriscila Amorim

Mandala Lunar- uma ferramenta de auto conhecimento

De forma inata compreendemos que após o fim há o recomeço. Vemos isso na natureza: a folha que seca adubando o solo para que venha a vida nova, os seres decompositores transmutando energia de morte em impulso para a vida. A energia vital flui em um fluxo constante e ininterrupto entre o fim e o início e aprendemos com a experiência que essa é a oportunidade de se reinventar. Não a toa festejamos os ciclos, reveillon, aniversários, gravidez... Todas as chances para novos começos parecem uma nova oportunidade para a chegada da paz interior. O CICLO menstrual não deveria ser diferente, porém, como tudo que envolve o feminino, foi cercado com névoas e pudor. Reconectar-se a essa ferramenta é uma oportunidade de se reinventar, de renascer a cada sangramento, um renascimento em sabedoria e autoconhecimento.


O círculo simboliza o ciclo, sem começo, nem fim e a conexão com as fases da lua trazem de volta a consciência de unicidade com o universo que nos foi tirada com a industrialização da vida. Gosto da lua porque esse é um elemento presente em qualquer ambiente, possível de ser visualizado desde as áreas mais afastadas, até as grandes cidades, nas regiões ricas e nas áreas carentes. Entender a lua e como ela se manifesta em todos os seres é um processo mágico de iniciação à alquimia do ser. O processo, em si é bem simples, cada divisória vertical é um dia do ciclo menstrual, começa-se a observar no dia 1 do sangramento, junto escreva a fase da lua e a partir daí vá registrando cada dia e cada fase, até o novo sangramento menstrual. Nas divisórias horizontais anotamos o que pensamos ser importante observar: sinais físicos (dores, apetite, inchaço), comunicação, energia, conexão espiritual, capacidade de resolver conflitos... Qualquer coisa que julgar importante.

As fases da lua externa se repetem na psique feminina. Assim como existe uma fase de maior luminosidade e energia na lua cheia do céu, na fase da lua cheia do ciclo interno, associada à ovulação, estaremos mais propensas e olhar para fora e estar no mundo, gestar sonhos e projetos. Porém, assim como a lua não permanece a mesma no céu, também não mantemos constante o nível de energia interna. Todo corpo precisa descansar e se recolher, logo, assim que atingimos o ápice, inicia-se a fase de reclusão, de olhar para dentro e voltar para si. Da mesma maneira, após a lua cheia, vem a minguante, diminuindo a luminosidade e presença no mundo até ficar totalmente oculta na lua nova. Assim saímos do mundo e entramos em nós, olhando para as sementes que plantamos durante a ovulação e nutrindo elas, gerindo nossos planos internamente, para que possam germinar. A menstruação é considerada a lua nova interna. Nova porque é a energia da renovação, a lua escura, se fortalecendo para renascer. Assim é a nossa energia durante a fase menstrual: acúmulo. Essa é a fase de acumular energia para abundância, não é momento de expandir, mas de receber, do universo, do mundo e de nós mesmas.

Em seguida, a lua volta a crescer em direção à cheia, assim como a energia em nós volta a querer exteriorizar, agora pleno, repleto, o pote pode extravasar para o mundo sua abundância e os projetos plantados e nutridos podem florir livremente.


Respeitar o ciclo e honrar a vida que existe nele é uma maneira de não se violentar. Vivemos em uma sociedade que desaprendeu a respeitar seus ciclos e por isso adoece, não sabe mais se ouvir. Não consegue sentir o mundo ao seu redor. Comprou a ideia de ser senhor do universo e se sente no direito de explorá-lo, quando até os senhores inteligentes sabem cultivar a abundância. Não existe produtividade constante, todos precisam se recolher em algum momento, sem temer voltar a brilhar em toda a sua potência.

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